LIÇÕES DE UMA PANDEMIA






Dia desses eu li um tweet de uma pessoa que elencou as coisas que a pandemia  trouxe de bom. Eu sei que as palavras pandemia e bom na mesma frase não combinam,  afinal, uma doença que mata mais de 70 mil pessoas no país, não pode ser associada, em hipótese alguma, ao bom.


Mas eu viajei nisso, na postagem e na ideia de todas as lições que tiro disso que estamos passando! Uma coisa, apesar de clichê, é fato: nunca vivemos tempos tão difíceis como esses, em todas as óticas possíveis.

Percebemos a importância da coletividade, entendemos o quanto nosso sistema de saúde é frágil, que o governo (todos eles) é incapaz de conduzir uma crise, que as pessoas perderam a noção mesmo, que a vida é muito frágil e que não dá pra contar com o bom senso de ninguém. Pensou que um dia fosse valorizar tanto o ar que respira? Nem eu!

Aprendemos a viver uma realidade muito difícil. Passar - às vezes - seis horas com a máscara de pano no rosto é muito foda e incômodo. Toda vez que tô sentindo o limite, com vontade de tirar a máscara e ligar o foda-se, eu lembro que tem gente no hospital, dos profissionais e que eu não posso ser tão sem noção.

Não vou mentir, eu soltei a mão de muita gente que foi egoísta. Foi tipo tapa na cara ver as pessoas levando a vida da forma mais normal possível, enquanto no hospital outras lutavam por um leito e os profissionais trabalhavam a exaustão. Não é coerente - na minha opinião - criticar o governo e reunir com a turma pra fazer festa. Dei até um tempo de rede social porque estava me fazendo mal.

Há um mês tenho saído para trabalhar de segunda à sexta, com o coração na mão porque não sei se vou me infectar. Vou porque preciso, as contas não esperam e nem nossas necessidades básicas, mas é desesperador ver o tanto de gente na rua andando à toa como se a vida tivesse normal. Tem dias que tenho vontade de sair gritando, batendo nesse povo, jogando água, sei lá, mandando todo mundo pra casa.

Não sei o que rolou por aí, mas acho que normalizaram a morte! Lembro quando ficamos chocados com as mil mortes na Itália. Por aqui, enquanto mais de 70 mil famílias choram seus entendes, meu vizinho ou colegas do Instagram fazem festa e se reúnem para uma socialzinha, um almocinho, aniversáriozinho e qualquer outra festa que gere aglomeração. Tudo "inho" pra parecer que não vai afetar tanto. 

No fim, é como a gente ouve há muitos anos "O problema do Brasil é o brasileiro". 
Se você não está no grupo de pessoas que não estão nem aí, continue fazendo a sua parte; cuide de você, lave as mãos, hidrate-se, use álcool em gel e se puder, fique em casa. Assim você consegue proteger quem não tem a opção de ficar em casa. Se precisar sair, tome todos os cuidados e use máscara. Logo vamos sair dessa e ficarão somente as lições que levaremos disso tudo.  

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