SOBREVIVEMOS

Nem acredito que 2018 está chegando ao fim. A impressão que tenho é que faz mais ou menos uns três anos que estamos presos aqui. A certeza é que esse foi um dos anos mais estranhos dos últimos tempos, mas sobrevivemos. 
Comecei o ano no meu grau máximo de estresse. Tinha acabado de mudar de casa e estava tão nervosa que cheguei no limite do insuportável. Para mim e para quem estava em minha volta. A situação me mostrou muito, inclusive coisas que eu precisava fazer diferente.

Iniciei o ano também grudada no livro 'O ano que eu disse sim', da musa, deusa e assassina preferida de personagens de Greys Anatomy, Shonda Rimes. Fiquei envolvida com a mágica que o ano do sim fez na vida dela. Virou meu livro preferido da vida! Prometi, então, que 2018 seria o meu ano do sim. A ideia era sair da zona de conforto e, olha, funcionou! Esse foi o ano que eu mais falei sim e isso foi foda, e estranho!

Trabalhei muito. Foi o ano que mais trabalhei na minha vida. Aprendi mais, conheci mais pessoas e me aproximei de gente que eu achei que nunca faria parte do meu ciclo de relacionamentos. Valeu a pena pela leveza que isso me trouxe.


Vieram tantos novos desafios. E eu, envolvida no meu ano do sim, aceitei todos. Claro que isso me trouxe realização e frustração quase que na mesma intensidade, mas faz parte.

Vi neste ano as responsabilidades na vida serem triplicadas. Cheguei a pensar que não daria conta e aqui estamos nós! Vivi meio que acudindo uma coisa por vez. Errado? Talvez! Mas foi o jeito que deu. Cresci um pouco mais. 

Foi o ano que sofri uma das maiores decepções da vida, daquelas duras, e que me fez chorar por uma semana seguida. Na minha cabeça a ingratidão, comparação e a falta de reconhecimento não é algo que faz sentido com ninguém, principalmente com quem está do seu lado. Doeu. Doeu tanto que eu me vi pensando em ajeitar as velas do barco pra mudar o destino. Não mudei a rota, mas mudei a forma de navegar. Viver pisando em ovos não é pra mim. Eu gosto de estabilidade, confiança e liberdade.

Me diverti tanto. Me permiti coisas novas, aceitei convites pra lugares que, há um ano, eu jamais aceitaria. Valeu muito a pena. Foi o ano que mais ouvi sertanejo. O Spotify me contou que foram quase 50 horas de Matheus & Kauan e acho que isso diz muito sobre sobre meu ano.
Falando em sofrência, eu fiz tanto papel de trouxa que devo tá devendo umas vinte árvores para a natureza. Acreditei muito na melhor versão das pessoas, mas é que em diversas situações, nem eu apostei na minha, e dessa forma, perdi a  moral de cobrar dos outros. Agradeço cada livramento. A vida é muita curta pra dar ideia pra quem faz pouco da gente. 

Nadei de braçada no lago de chorume. A internet ficou tóxica e as pessoas mostraram quem realmente são. Fiquei triste em assistir o retrocesso de camarote e sem nada pra fazer. Quer dizer, a minha parte eu fiz, mas a maioria decidiu apoiar ideologias racistas, machistas, homofóbicas e sem nenhuma condição de progresso. Não tive coragem de pagar pra ver.

Ganhei novos amigos, reafirmei os laços com outros e, claro, nesse meio do caminho devo ter decepcionado alguém ou 'alguéns'. Não dá pra ter tudo na vida. Ou você se agrada ou agrada aos outros. É muito difícil passar a régua e fechar a conta. Do ano anterior eu trouxe o aprendizado de não cobrar nadinha de ninguém, e isso me fez muito bem.

Pequei com a minha falta de tempo.  Aliás, tempo foi o que mais me fez falta nesse ano. O pouco que me sobrou, eu usei pra dormir, e dormi pouco. Coloquei este blog no ar com a intenção de postar sempre. Fracassei. Ainda tenho muita vergonha de que as pessoas leiam o que eu escrevo. Mas, segue o baile. A vida ta aí pra isso mesmo e quem sabe no ano que vem eu não consiga superar isso. Fé no pai!

Não fui a pessoa mais feliz de 2018, nem a que mais se decepcionou, a que mais se divertiu ou ainda a que fez acontecer.  Ficou muito pra trás, muito, mas eu tentei fazer a minha parte, o máximo que consegui. Não sou dessas que acredito que tudo muda quando o relógio passa de 00h para 00h01, mas eu acredito em energias.

Esse textão todo é para que você veja que, se o seu ano foi difícil,  você não está sozinho(a). A gente precisa aprender a ver o lado bom de tudo. Vem aí uma nova oportunidade de recomeço. Que a gente seja mais para nós mesmos, acima de tudo. Eu te desejo um ano do sim e que você se permita! Que gratidão não seja só usada em rede social, mas que a gente consiga ser grato, de forma sincera, por tudo que a vida proporciona. Feliz 2019!

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